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Bragança - Início

O território bragantino foi conhecido em 1601, em expedição chefiada por D. Francisco de Souza, depois de atravessar o sul de Minas, fez ponto no morro do Lopo.
Cerca de cem anos após, Bartolomeu Bueno, penetra no mesmo território em busca das minas dos Martírios, em direção ao norte da capitania.
Em 21 de outubro de 1725, Bartolomeu Bueno retornou a capital, nessa época o território Bragantino já era habitado por homens que ali ficaram em sua carreira, atrás do Eldorado.
No momento em que a produção de ouro no Brasil estava no auge, a capitania de São Paulo que havia perdido grande parte de seu território, sem ouro para explorar, vê-se obrigada a desenvolver a produção agrícola e industrial.
Assim, surgiram cidades como Bragança, Amparo, Mogi Mirim, Casa Branca, Franca que entre outras pequenas habitações foram construídas pelas passagem das bandeiras.
Em 1763, quando Pires Pimentel e sua mulher doam um terreno para a construção de uma igreja, já havia no local uma população considerável, mas esse fato acaba por tornar-se o marco da fundação da cidade, mesmo porque marcava a influencia da igreja, sobre a política. Em 13 de fevereiro de 1765, o povoado é reconhecido e recebe o nome de Distrito de Paz e Freguesia de Conceição do Jaguary
Em 1769 Conceição do Jaguary, que pertencia ao município de São Paulo, passou a pertencer à Vila de São João de Atibaia. Cinco dias depois, Conceição do Jaguary recebe seu primeiro Vigário e é elevada a Paróquia.
. Apesar da luta de Atibaia contra as pretensões Bragantinas, por questões estratégicas, em outubro de 1797, Conceição do Jaguarí consegue finalmente sua emancipação, e é elevada à categoria de Vila, com o nome de Vila Nova de Bragança (em homenagem a Dona Maria I, pertencente à Dinastia de Bragança), adquirindo autonomia político-administrativa, desligando-se de Atibaia.
Aos poucos as barracas dos bandeirantes iam sendo trocadas por casas de pau a pique.
Nessa fase, iniciam-se os conflitos entre São Paulo e Minas Gerias pela demarcação de seus territórios e a vila torna-se, então, estratégica e fundamental para a capitania paulista. A freguesia do Jaguarí, judiciária e administrativamente dependente da vila de Atibaia, solicita ao governo de São Paulo a emancipação do município vizinho.

Em 24 de outubro de 1856, passa a denominar-se Bragança, três anos depois, em 1859, são anexados a ela mais quatro municípios: Pedra Bela, Pinhalzinho, Vargem e Tuiuti, desligados posteriormente.
As questões dos limites entre São Paulo e Minas Gerais se arrastam durante décadas e somente seriam solucionadas no início do seculo XX. Em 1936, no governo do Dr.Armando Sales de Oliveira e do Dr. Benedito Valadares, de Minas Gerais, ela foi resolvida. Essa questão durou 205 anos.
Somente em 30 de novembro de 1944, a cidade passou a chamar-se Bragança Paulista, para diferenciar-se da cidade paraense, de mesmo nome.
Em 1984, após várias discussões foi aprovado um projeto do coordenador regional de governo (Antonio Sonsin), elaborado na Secretaria do Interior do Estado de São Paulo e torna-se uma das 42 sedes regionais de governo.

Câmara, Fórum, Criação da Região:

Câmara:
17 de outubro de 1797. Bragança Paulista, até então Freguesia do Jaguari, é elevada à categoria de Vila Nova Bragança e nomeia seus primeiros administradores. Desta data até 1930, a Câmara Municipal exercia todas as funções administrativas da cidade. A primeira Câmara Municipal é eleita em 1º de dezembro de 1797, através de processo eleitoral do qual participavam somente os "homens bons" (proprietários de terras e de escravos e/ou títulos honoríficos). Com mandato de um ano, a Câmara é composta por dois juízes ordinários, três vereadores e um procurador, sendo mantida essa mesma estrutura no período colonial. Em 1824, a Constituição concentra a função executiva nas mãos do Presidente da Câmara, sendo nomeado para o cargo o vereador mais votado. A partir daí, as eleições são realizadas dentro dos princípios do regime imperial, passando a Câmara a ser formada por sete vereadores com mandato de quatro anos. Com a elevação de Bragança à categoria de Cidade em 1856, o número de vereadores passa de sete para nove
Em 24 de fevereiro de 1891, a Constituição Republicana atribui aos Estados o Poder de Organização dos Municípios. No Estado de São Paulo, a partir de 1893, é criada a figura do Intendente Municipal, como responsável executivo pelas ações do Governo perante a Câmara Municipal. A intendência ainda não representava uma separação entre os Poderes Legislativos e Executivos. Nesse período o mandato dos vereadores era de três anos, tendo um presidente e um vice-presidente eleitos anualmente dentre seus membros, cabendo-lhes a administração local. O número de vereadores era proporcional ao de habitantes.
Nunca inferior a seis, nem superior a dezoito. Os vereadores eram eleitos por sufrágio direto e maioria dos votos. Na época, havia um processo de qualificação dos eleitores. No Governo Vargas, as câmaras municipais perdem o poder administrativo das cidades. Nesse período, a Câmara de Bragança Paulista funcionou de 1936 a 1937, quando foi dissolvida nos termos do artigo 178 da Constituição de 10 de novembro de 1937, voltando a funcionar somente a partir de 1948. No período de 1946 a 1964, os municípios passam a ser organizados por leis estaduais - Lei Orgânica dos Municípios. As câmaras são compostas por vereadores, com número fixado periodicamente por lei, para um mandato de quatro anos. O Órgão Legislativo do Município passou a ser dirigido por uma Mesa, composta de presidente, vice-presidente e secretários eleitos pelos vereadores para mandato de um ano, posteriormente alterado para dois anos. A Constituição de 1988 atribui aos municípios o que antes era competência dos estados: a Lei Orgânica. Promulgada em 02 de abril de 1990, a Lei Orgânica do Município de Bragança Paulista determina o número de vereadores proporcional ao número de habitantes do município. Atualmente, a Câmara Municipal da Estância de Bragança Paulista é composta por onze vereadores, com mandato de quatro anos
Instalação da Comarca
(In "Bragança Bicentenária", Maria Augusta V. Diniz, 1964).
A Comarca de Bragança installou-se solennemente a 6 de Maio de 1859, sendo autoridade srs. dr. João Sertório Juiz de Direito e dr. Delfino Pinheiro de Ulhôa Cintra Júnior, promotor público.
Funcionou como escrivão do Jury, o sr. Fortunato Claudino da Annuinciação Maia. Posteriormente, foi nomeado Juiz de Direito o sr. Dr. Joaquim Roberto de Carvalho Pinto. É o primeiro magistrado da Comarca em nossos dias o exmo. sr. dr. Alfredo Augusto dos Santos Roos. Promotoria dr., Valêncio do Prado.
Funcionários: - srs. Francisco Bertino de Almeida Prado, escrivão do Jury e Oficial do Registro Geral, actualmente substituído pelo sr. José Celestino, Ocatviano Patrício Machado e João Baptista Soares, escrivãos do primeiro e segundos offícios: Olympio da Silveira Campos, contador, partidor e distribuidor; José de Souza Siqueira e João Alves da Fonseca, officiais de Justiça. A Comarca tem bom movimento e é de terceira entrancia. Advogam no fôro de Bragança , dr. Castro Ramos, dr. Dorival Peluso, Vicente Guilherme, Zeferino Vasconcellos, Jayme de Barcellos, Cel. Genesio Amaral e Olympio José de Oliveira.
Criação da Região
Em novembro de 1984, uma comitiva da região bragantina chega ao Palácio dos Bandeirantes, para agradecer ao governador Montoro, pela criação oficial de região bragantina. O projeto desenvolvido pela Secretaria do Interior, por Antonio Sonsin, contou com o apoio de Chopin Tavares de Lima, que cuidou de convercer o Governado André Franco Montoro, de sua importancia. Assim, dividia-se o estado em 42 regiões, visando a descentralização política.

O começo ...


Nas brumas espessas de um passado bem longínquo, já o seu relógio marcou para mais de 200 anos.
Nesse tempo afastado, as terras bragantinas, estas plagas de nos tão queridas, eram palmilhadas pela pacífica tribu dos Guarus ou Guarulhos.
Aqui tudo era virgem, tudo encanto a inspirar poesia, envolvendo os gritos estridentes das arapongas errantes, empoleiradas nos ápices dos jequitibás seculares que se erguiam agigantados, nos píncaros das luxuriantes matas, ou no dorso das cordilheiras.
O silencio pensativo da natureza era quebrado pelo farfalhar da brisa nas opulentas folhagens da matas virgens, ou pelo vozerio dos bandos de papagaios, que, em revoadas, cortavam o espaço!
E esses sons, nas asas leves do eco, iam, vagarosamente morrer nas cumiadas das serras, acordando a saudade, essa saudade que não morre e que nos tornanumdoce tormento!
Os Guarulhos eram de índole boa, estranhos á antropofagia, acreditavam na transmigração da alma, provendo os mortos como si continuassem segunda vida.
Usavam tatuagens, enfeites de penas, danças alegóricas às guerras e funerais. Morto o chefe, faziam eleições para o novo governador de sua tribu.
Eram de fácil catequese, viviam da pesca, da caça, procurando nos matos, o mel de pau e, constantemente, se entregavam aos seus pagódes originais.
Esses índios foram os primeiros homens que habitaram essa adorável faixa de terra do estado Paulista!
Aqui, eles viviam como verdadeiros donos deste punhado de terra, dentro da imensidade deste grande Brasil!
Depois... a doce tranqulidade deste sertão e a paz dos índios foram perturbadas pelas bandeiras que, de Piratininga, partiram para Goiaz, em busca de ouro de prata e de pedras preciosas, - doirados sonhos que sempre acalentaram.
Muitas delas, aqui, faziam a sua primeira etapa e suas hostes aguerridas se refaziam das energias físicas esgotadas, e sua presença afugentava os índios, que iam se afastando destas paragens.
Depois... começaram a se acoitar nessa região, os criminosos, os perseguidos políticos e aventureiros, afrontando a dureza deste sertão, bem como a sua solidão que era profnda, que parecia quase eterna!...


 
                                                                                                              5 de dezembro de 1942, “Centro de Expansão Cultural de Bragança
”

A Escravidão.

 


Em 1881, instala-se em Bragança o Clube dos Escravos, fato noticiado em toda a imprensa nacional e estrangeira, pois na época não se permitiam aos escravos quaisquer tipos de manifestações e associações. O escravo João Manoel , “pertencente” ao Cel. Francisco Emilio da Silva Leme, foi o primeiro presidente desse clube. A Associação tinha como principal meta o desenvolvimento intelectual dos escravos.
Em 9 de novembro de 1887, a Câmara Municipal de Bragança resolve criar um livro de ouro, destinado a compra da liberdade dos escravos da cidade.
No auge da escravatura, os escravos que não suportavam o tratamento desumano a eles destinado, costumavam fugir, porém recapturados eram condenados a morte, para servirem de exemplo. No local da execução, foi construída uma capela, hoje conhecida por Santa Cruz dos Enforcados.
Mesmo antes da abolição, muitos escravos da cidade foram libertados, algumas vezes por questões morais, porém, na maior parte, como acontecia em outros lugares do país, por interesses econômicos. A Europa, principal parceiro econômico do Brasil, na época, sustentava também mais por necessidade econômica, do que por sentimentos nobres, a abolição total dos escravos, afinal trabalhadores livres e remunerados poderiam consumir seus produtos.
Assim intelectuais abolicionistas recebem o apoio de fortes setores econômicos contra a escravatura.
Existem relatos de um escravo da cidade, que teria se tornado médico, mas não há documentos, e que o mesmo teria fugido para o norte do Paraná, onde teria sido assassinado.
Em 14 de maio de 1888, “O Guaripocaba” após receber um telégrafo, distribui na cidade, um boletim informando que “Não existe mais escravos no Brasil...”
Bragança vive 3 dias de intensa vibração cívica.

 

 

Em 1822, chegavam os primeiros escravos, vindos da Bahia ou Pernambuco. 


Em 1836, Bragança possuia 11.618 habitantes, sendo:
Homens brancos = 3.582,

pardos livres = 815,
pardos cativos = 213,

crioulos livres = 26,
crioulos cativos = 664.

Mulheres Brancas = 3.580

pardas livres = 862
pardas cativas = 217

crioulas livres = 27,
crioulas cativas = 519.

 

 

 

 

 

 

 

 

Correios

 

Em 1829, acontece a instalação do primeiro correio em Bragança. O agente do correio recebe 12% do rendimento.
Preço de uma carta de duas oitavas...
$010 -15 léguas
$015-30 léguas
e mais $010 a cada 15 léguas percorridas.
 
No caso de extravio da carta caberia ao administrador dos correios a obrigação de pagar
a indenização de 50$000, além das ações criminais.

Exportação:

 

 

A exportação da cidade de Bragança, nessa época, era superior a das cidades de São Paulo, Guaratinguetá, Taubaté, Jundiaí, Santos entre outras.

 

 

Ferrovia

 

O Dr. Antonio Joquim Leme, Deputado provincial entre 1880-81, pelo Partido Conservador, dotou o município de Bragança, de muitas escolas primárias.

Em 6 de Abril de 1872, o governo contratou com os senhores Cel. Luís Manuel da Silva Leme, Francisco de Assis Vale Jr., Dr. Bráulio Timóteo Urioste, Padre Ezequias Galvão, Major Manuel Jacinto de Moraes, Capitão Francisco de Assis Vale, Gabriel da Silveira

Vasconselos, Antônio Manuel Gonçalves, João ManuelVieira, Firmino Joaquim de Lima e José Gomes da rocha Leal, a contratação de uma via férrea, que, partindo da Cia. Inglesa pasasse por Atibaia, chegando em Bragança.

 

 

Guerra do Paraguai

 

 

O tenente-coronél Jacinto Osório e o tenente Francisco de Assis Vale, no intuito de incentivar o alistamento militar, premiaram com  100$000 a cada voluntário que se apresentasse, assim, apresentaram-se o total de 6 voluntários da pátria. Outros foram convocados e outros eram escravos, que iam para a guerra, no lugar de filhos de fazendeiros.

 

 

Holandeses

 

Durante toda a história do início do município de Bragança Paulista vemos que a cidade sempre esteve às voltas com holandeses ou descendentes dos mesmos.
Não se sabe o porque dessa atração da região pelos povos dos
países baixos.
Em 1817, Von Spix e Von Martius, em sua viagem pela capitania de São Paulo, fazem uma descrição do morro do Lopo:
O morro do Lopo quase por toda parte coberto de bosques espessos deve ter pelo menos três
mil pés de altura, e domina a serra. Antigamente aqui houve muitos lobos, mas parece que esses animais existem agora em Minas Gerais, onde também os encontramos pela primeira vez...”

 

 

Reinado

 

Durante o reinado de D. João VI, uma consulta ao advogado custava duas patacas, enquanto o preparo dos altos, o dobro dessa quantia.
 
Em 7 de setembro de 1822, a câmara de Bragança declara sua adesão ao império, prometendo servi-lo em tudo.

 

 

Julho de 1959- Com a presença do presidente JK e do governador Carvalho Pinto é inaugurado o trecho paulista da BR-55. Rodovia Fernão Dias. Na época o acesso dos bragantinos à nova rodovia era feito pela estrada de rodagem BP-SP no entroncamento existente no Bairro do Tanque (região de Atibaia).
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


1950- Ano de chegada de  muitos japoneses, consequência da migração e da Segunda Guerra Mundial


 
SÉCULO XIX, o primeiro jornal editado em Bragança é publicado o 02 de maio de 1875 - José Cândido Furquim d e Campos seu proprietário é considerado pai da imprensa Bragantina.


 
O GUARIPOCABA - 17 de Junho de 1877 - O 1 numero do jornal, que teve lugar de destaque na
imprensa da província de São Paulo.
O Guaripocaba, “Semanário Imparcial e Noticioso, fundado em 1877 é o primeiro jornal semanal com duração de mais de uma década e publicação constante.
Dirigido pela “Associação Fundada sob os Auspícios do Club Litterario e Recreativo”. Ë de importância histórica para a imprensa nacional, entre outros acontecimento, cobriu a visita do Imperador D. Pedro II à cidade, a libertação dos escravos e a chegada do primeiros imigrantes

 

 

 

Clima e vegetação

 

 

O clima é ameno e agradável durante a maior parte do ano. As temperaturas mínimas no
inverno variam entre 10-15ºC, mas geadas e temperaturas até abaixo de 0ºC já foram
registradas em alguns anos. Devido a sua altitude, as temperaturas máximas do verão
raramente se mantêm acima dos 30ºC por longos períodos de tempo. Em1817 os famosos
naturalistas Von Spix e Von Martius, este último conhecido como o " Pai da Botânica
Brasileira", em sua viagem pela Capitania de São Paulo, partindo da vila de Atibaia,
penetraram no território bragantino onde descreveram aspectos geológicos e botânicos:
"A formação principal é sempre ainda granítica... As araucárias que crescem nos declives
da montanha (Pico do Lopo) se harmonizam com o caráter sombrio da paisagem. Seus
altos troncos se esgalham a grande altura em ramos regularmente postos ... Estas árvores
majestosas estão sempre separadas uma das outras, tocam-se somente pelas altas
frondes"; mencionaram os naturalistas em seus diários. Os relatos históricos indicam que
a vegetação natural era composta por um mosaico de formações arbustivas-herbáceas
(campos) e por matas espessas que continham várias espécies de madeiras de lei.
Gradativamente, grandes extensões das matas foram substituídas por culturas e
pastagens, restando matas nativas em algumas propriedades particulares
 

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