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Inclusão Social, criação de uma cultura, essa é a principal função das artes...

Durante os meses de outubro de 2005, a maio de 2007,  a secretaria de cultura de Bragança, esteve voltada para a inclusão social através das artes, procurando criar uma identidade, que se transformasse na cultura local.

 

Todas as oficinas, mais de 100 nesse período, além das artes propostas, procurava levar um pouco de civilidade, noções de socialismo e uma mostra dos direitos de cada cidadão.

 

Os manos do Rap foram para o centro e as orquestras tocaram na periferia, as peças apresentadas na zona norte eram as mesmas da zona sul. Crianças da zona leste, cantaram juntos com idosos da zona oeste. Brancos, amarelos, negros, católicos, judeus, evangélicos e ateus participaram do mesmo coral, numa igreja cantando musica de Israel. Isso foi o início da inclusão via cultura, que gerou polemicas, descontentamentos, criticas, mas com apoio da população, com envolvimento e muita participação, principalmente de mestres, que vieram da Bulgária, da Rússia, da Finlândia, do Canada, e de muitas partes do Brasil, a um custo zero.

 

Foram vários ciclos de palestras (violencia contra mulheres, politica para mulheres, etc.), aulas de postura, mostras de cinema, escola de cineastas, festival regional de viola, festival de rock, apresentação de documentários,  escola de maestros, de onde surgiu o festival Música das Esféras.

 

Cuidamos da comida e da fama, ao criarmos o concurso do PRATO DA TERRA, a base de linguiça. 

 

 

A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, da Prefeitura de Bragança Paulista, norteou seus trabalhos em uma concepção mais ampliada de Cultura, considerando-a em suas três dimensões: 1) enquanto produção simbólica (foco na valorização da diversidade, das expressões e dos valores culturais); 2) enquanto direito e cidadania (foco nas ações de inclusão social por meio da Cultura, valorização do ser humano, enquanto cidadão em sua comunidade); e 3) enquanto Economia (foco na geração de empregos e renda).

 

A inclusão social pela cultura, contudo, foi nossa prioridade, por isso ampliamos, a cada dia, nosso projeto de oficinas culturais nos bairros, sem deixar de lado o resgate das manifestações populares, alem de criar espaços adequados aos eventos culturais.

 

Assim completamos cerca de 100 oficinas oferecidas à população em diversas comunidades. São mais de 5000 cidadãos atendidos pelo nosso projeto de oficinas culturais, em pouco mais de 20 meses de trabalho.

 

A  Lei de Incentivo Cultural Municipal, foi regulamentada no primeiro mês nossa gestão.

 

Nesse período contratamos e demos apoio também aos grupos da terra, incentivando-os de todas as maneiras possíveis, durante nossos eventos (Roteiro Cultural de Natal, Oficinas de Verão, Maio Cultural, Shows e Festival de inverno),

 

Trouxemos grupos consagrados como o Mack Feck, da comunidade européia, ou Lô Borges, um ícone da MPB, que foi muito bom, para completar as oficinas de MPB.

 

Tivemos Os Ratos de Porão, Mutantes, considerados uma das 10 melhores bandas, psicodélicas, de todos os tempos, o maior show realizado na cidade, até hoje.

 

Acreditamos em novas bandas, como axé de Obahia, as baladas de a Base apoiamos a Orquestra Caipira de Viola, nossos grupos de dança e rap, nossas bandas de Rock (Fogo Sagrado, Beagles, Leptospirose, Beagles e outras)

 

Fizemos o melhor (segundo a população) reveilom, carnaval e festival de inverno, sempre com a participação de todos os agentes culturais do município. Apoiamos entidades (Arcab, Ases, Sinfônica, Viva a Vila etc.) e artistas.

 

Nas artes visuais, tivemos Sebastião Salgado, exposições de vários fotógrafos e artistas plásticos, cujo trabalho foi considerado de alta qualidade.

 

Teatro e dança, tiveram várias apresentações e oficinas. Nosso representante em um concurso na Argentina voltou com um segundo lugar na América Latina

 

 

Cumprimos nosso papel de funcionários do povo, trabalhamos mesmo com um orçamento ínfimo, o qual não chegava a 300 mil reais por ano, mesmo assim, fomos destaque em todas as redes sociais, jornalismo tradicional (mais de 180 matérias com elogios, incluindo 5 páginas na FSP)

 

 

Fizemos uma parceiria com a Serinha, para os Shows de: Nação Zumbi, Arnaldo Antunes, Fernanda Porto, Junio Barreto e outros.

 

Em nossa gestão tivemos a oportunidade de participar da filmagens de Canção de Baal, filmado aqui, por Helena Inez. Curta metragens de alunos da Faap e a Novela Cidadão Brasileiro. Estreitamos ainda nosso laços, com Bragança de Portugal e deixamos tudo preparado, para um convenio, com uma universidade da Europa.

 

Aprovamos vários projetos e verbas, que deixamos com o administrador, em nossa saída. Projeto de revitalização e criação dos parques do Tanque do Moinho e Serrinha, no valor de 3 milhões. Aprovação pela Lei Rouanet, da captação de 16 milhões para reforma do Tatro Carlos Gomes. Valor total para o termino da construção da Concha Acústica. Entre outros.

 

Inclusão social só é possível através das artes, na busca de uma cultura, que seja um norte para a sociedade.

 

Na verdade, é essa a principal função da arte...

 

Em nossa despedida, o olhar das pessoas, a lagrimas, a expressão, nos deram a certeza de que, junto a uma ótima equipe e ótimos colaboradores, organizamos um grande trabalho.

Bragança é uma das poucas cidades do interior, que tiveram umaapresentação dos Mutantes; eles vinham de uma turnê nos EUA, fizeram um show em BH e o próximo seria em SP, antes da saida de Zélia.

 

Em fevereiro de 2005 a revista britânica Mojo incluiu o álbum Os Mutantes em sua lista de "50 Most Out There Albums of All Time" (algo como os "50 Discos Mais Experimentais de Todos os Tempos"). Eles obtiveram a 12ª posição na lista, à frente de nomes como Beatles, Pink Floyd e Frank Zappa. Ainda em 2005, a também britânica Q Magazine igualmente colocou oo grupo em 12º lugar, em sua lista dos "40 greatest psychedelic  of all time" 

Foram essas imagens, essas expressões,em meu último dia como secretário, que me fizeram acreditar, que tinha feito um bom trabalho, que o caminho era esse mesmo, o da inclusão pela arte, na busca de uma sociedade nova, unida por sua cultura.

 

Antonio Sonsin 

Novela Cidadão brasileiro, da Record e o Filme Canção de Baal, filmados em Bragança, nos anos de 2006/07.

Outras produções foram rodadas na cidade, nesse periodo.

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