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Entenda um pouco o funcionamento, da manutenção do poder em Bragança.

 

 

Política- Eleições 1959

A eleição de 4 de outubro de 1959 foi vencida por Ângelo Magrini Lisa do PDC (Partido Democrata Cristão), que obteve 4.792 votos, contra Lourenço Quilicci, do PTN (Partido Trabalhista Nacional), com 3.955 votos. Em terceiro lugar, ficou Sebastião Cícero Franco do PL (Partido Libertador), com 389 votos.

Resultados das eleições de 1959

O vice-prefeito mais votado foi Ciro Piovesan do PSB (Partido Socialista Brasileiro), com 3.752 votos.
Nesta eleição o PDC elegeu 4 vereadores: Antônio Cilidônio Ruetti , com 483 votos, Bento Haiashi, com 264, Adhemar Magrini Lisa, com 202 e Ayrton Athanásio, com199.
Foram eleitos ainda, pelo PSP: Arthur de Prospero, com 404 votos, Caetano Piccioni, com 381, Celso de Fiori, com 241 e José Lamartine Cintra, com 199; pelo PTN: Olímpio Cintra, com 414 votos, Sérgio Conti, com 399 e Júlio Vilchez, com 157; pelo PRP: Nabi Abi Chedid, com 612 votos, Mário Russo, com 242 e José Ninni, com 224; pelo PSB: Sílvio de Carvalho Pinto Jr., com 395 votos e Arnaldo Nardy, com 272; pelo PTB: Osvaldo Alves de Oliveira, com 119 votos.

Eleições de 1964

A cidade elegeu Lourenço Quilicce

Nessa eleição, Lourenço Quilicci elegeu-se prefeito pela segunda vez, com 6.542 votos contra 4.545 de Mauro Del Roio. A eleição para vice-prefeito era separada e a eleita foi Zilah Cerdeira com 5.391 votos, contra Arthur de Próspero com 4.126 e Mauro Valle com 1.047.

O PTB elegeu 2 vereadores. José de Lima, e José Francisco Filócomo. A UDN, partido liderado nacionalmente por Carlos Lacerda não fez nenhum vereador. O PSD fez 3 vereadores, Arnaldo Nardy, Olímpio Cintra e o folclórico Inocêncio de Oliveira, o segundo mais votado da época, com 441 votos, e que era o nome de consenso como protesto. Inocêncio, conhecido por Nenê, chegou a ser re-portagem nas principais revistas e jornais de circula-ção nacional.
Como Nenê acabou sendo o fiel da balança, vale a pena abrir um parêntese nessa história para falar desse fenômeno.
Nenê, um típico caipira, contou com o apoio e o voto de protesto dos estudantes secundaristas, praticamente o mesmo grupo que quatro anos atrás, com toda seriedade, havia se mobilizado para eleger o professor Ângelo Magrini Lisa. Ocorre que nessa eleição, o grupo de jovens não possuía um candida-to definido, e votar em Nenê seria apenas uma grande brincadeira que acabou por sair do controle e virou realidade.
O vereador Nenê ganha maior importância quando se percebe que ele era sempre o voto de Minerva, uma vez que situação e oposição possuíam o mesmo número de vereadores.
Desta maneira, já nas primeiras eleições de presidente da casa, Nenê negocia seu voto com o grupo que o coloca como vice-presidente. Assim seria em todo o decorrer do mandato.
Cabe ressaltar que Nenê, um poeta sertane-jo, era semi-analfabeto, andava sempre descalço, calça acima da linha do umbigo e chapéu de palha com abas caídas. Muito parecido, até no jeito de fa-lar, com o personagem “Sassá Mutema” criado pela teledramaturgia da Rede Globo, muitos anos mais tarde.
O PR (Partido Republicano) ocupou cinco cadeiras, elegendo José Bueno de Miranda, Hafiz Abi Chedid, Cássio Marcassa, René La Salvia e Francisco Bazanini. E finalmente o PSP, partido vitorioso nas eleições de 6 de outubro de 1963, com 7 vereadores eleitos, tendo entre eles o mais votado de todos, Conrado Stefani, com 626 votos. Os de-mais eleitos pelo partido foram: Sérgio Conti, Luiz Raseira, Luiz Matheus Neto, José Geraldo Leme, Francisco Gebim e Fernando Machado de Campos

Eleição de 1968

O MDB, fundado por José Nicola Januzzi naquele ano, lançou três concorrentes: o comerciante Nicola Cortez, o advogado e vereador mais votado na eleição de 63, Dr. Conrado Stefani e o também advogado Júlio Funk.
A Arena indicou como candidatos o vereador Hafiz Abi Chedid, apoiado pelo governo estadual e por seu filho, o deputado Nabi Abi Chedid, e José de Lima, que entrava na campanha sem apoio oficial, mas com a coragem e a experiência de liderança demonstrada na Câmara Municipal.

Os candidatos à prefeitura em 1968 pelo MDB, foram Conrado Stefani/Cyro Piovesan, que obteveram 426 votos; Júlio Funck/Francisco Ribeiro, 2.636 votos e Nicola Cortez/Benedito Borges, 1.242 votos. Pela ARENA, José de Lima/Mario Russo obtiveram 2.709 votos e Hafiz Abi Chedid, 5.735 votos.
Os vereadores eleitos pela ARENA foram René La Salvia, com 629 votos, Luis Matheus Neto, com 585 votos, Álvaro Alessandri, com 543 votos, Célio Menin, com 482 votos, Luis Gonzaga Ribeiro, com 452 votos, Maria Franco Rodrigues, com 418 votos, Vicente Fernandes de Carvalho, com 394 votos e João Bueno de Oliveira, com 375 votos.
Pelo MDB, foram eleitos vereadores Arnaldo Nardy, com 430 votos, Luiz Gonzaga Mathias, com 421 votos, José Murilo Arruda, com 358 votos, Pedro da Silva Pinto, com 310 votos e Paulo Sérgio Fer-nandes de Oliveira, com 281 votos.

Eleições 1972

Após várias reuniões chega-se à conclusão de que o candidato deveria ser José de Lima. O MDB não lançou candidatos e seus líderes e filiados trabalharam unidos pela Arena 2, a sublegenda que seria a grande vencedora.

As eleições de 15 de novembro de 1972 tive-ram a participação de 18.805 eleitores. O resultado dos votos foi o seguinte: José de Lima, o vencedor do pleito, com 11.058 votos e Mauro Del Roio, com 6.397 votos. Houve 534 votos brancos 816 nulos.
Os vereadores eleitos foram Arnaldo Nardy, com 2.983 votos, recorde absoluto até os dias de hoje, Pedro da Silva Pinto, com 1.302 votos, Miguel Barrese, com 1226 votos, Ayrton Athanásio, com 1.171 votos, José Murilo Arruda, com 983 votos, Jo-ão Batista Ciuffo, com 639 votos, Unirso Depentor, com 638 votos, Celestino Pédico, com 633 votos, Aniz Abib, com 625 votos, René La Salvia, com 578 votos, Caetano Piccioni, com 495 votos e Luiz Ma-theus Netto, com 474 votos.

O início dos anos 70 foi marcado pela propaganda do “milagre econômico”, feita com maestria pelo governo militar. Vendia-se a imagem de um país forte, a oitava economia do mundo, um país onde tudo era bom, onde tudo dava certo, onde quem não concordasse deveria mudar-se: era o país do “ame ou deixe-o”. Mas a realidade não era bem conforme a imagem vendida.
Em Bragança, o principal gerador de em-pregos nas décadas de 1960 e início dos anos 70 era a Estrada de Ferro Bragantina, desativada pelo governador Roberto de Abreu Sodré, com o apoio do ministro dos Transportes, Mario Andreazza, que afirmou, ao receber uma comitiva de bragantinos, que a empresa não seria extinta. O fim de EFB dei-xou centenas de desempregados e também causou danos posteriores ao comércio local.

Logo no início do ano começavam as disputas eleitorais. Todos queriam suceder o prefeito José de Lima.
O MDB lança novamente três candidatos à sucessão municipal: o engenheiro Nelson Forato sai candidato a prefeito com o dentista e presidente da sigla, Ary Ramos de vice. Nicola Cortez, novamente se apresenta e faz dobradinha com o advogado Júlio Funk como vice. Finalmente, Augusto Rossi com Marcelo Stéfani.
A Arena também apresenta três candidatos: Hafiz Abi Chedid, que gozava de forte apoio para voltar à prefeitura, com Júlio Bonucci Filho em sua chapa.
E Alberto Diniz, conhecido comerciante e ex-gerente do Banco Nacional de Minas Gerais, que tem o advogado Pedro da Silva Pinto como seu vice.

As pesquisas mostravam que Arnaldo Nardy saía na frente. Em todos os bairros comentava-se que ele fatalmente seria o próximo prefeito. A campanha de Arnaldo Nardy estava em todos os lugares. Como existia um parentesco entre sua esposa e o candidato Alberto Diniz, ele viu-se obrigado a separar-se judicialmente para poder concorrer, fato que levou seu nome ao noticiário nacional. Foi entrevistado pelo Jornal Nacional, o programa de maior audiência da Rede Globo na época.
No final da campanha, porém, Arnaldo Nardy renuncia. Fizeram com ele algo como se viu nas duas ultimas eleições, 2008 e 2012, contra Gustavo Sartori, pois esse não representavam os interesses de empresários, que participavam do poder, desde 1968 e já tinham em mente uma ditadura de “costumes” a ser implantada nos próximo 50 anos.

“O vereador Arnaldo Nardy veio do grupo do MDB, em 1972, ocasião em que fora o mais votado, com quase 3.000 votos, resolveu concorrer à Prefeitura. Sua extraordinária votação, até hoje nunca al-cançada, o credenciara. Também era dono de uma oratória invejável. Só outra grande união poderia derrotar não uma, mas duas grandes forças: Hafiz Abi Chedid, ex-prefeito e pai do deputado Nabi, com grande prestigio no governo, e Alberto Diniz, vice-prefeito e apoiado por José de Lima que já era, na-quele momento um líder político.

Com a renúncia, a Arena termina aquela disputa com apenas dois candidatos, porém a vitória seria de Alberto Diniz, coroando o êxito da adminis-tração José de Lima, da qual fora o vice-prefeito.
O número de votantes em 1976 foi 23.932. Alberto Diniz obteve 8.995 votos, Hafiz Abi Chedid, 6.665 votos, Cortez, 3.970 votos, Forato,1.155 votos, Rossi, 905. A ARENA alcançou 15.241 votos e o MDB, 5.783.

Vereadores eleitos

Pela ARENA:
Mauro Del Roio, com 1.294 votos,
Carlos Spina, com 681,
Álvaro Alessandri, com 646,
Celestino Pédico, com 635,
Ayrton Athanásio com 553,
Aniz Abib, com 514,
Reynaldo Peluso, com 514,
Florivaldo Grasson, com 431,
José Muniz Bueno, com 421,
Caetano Piccioni, com 411 e
Nelson Martins, com 398.

Pelo MDB:
Pe. João Baptista Zecchin, com 885 votos,
José Acedo, com 293,
Marcus Valle Jr., com 272 e
Francisco Acedo Paranhos, com 264.

Eleições de 1982

Uma disputa milimétrica em 82

A eleição de 1982 acontece seis anos após as últimas eleições para prefeito. Isso porque, em Brasília, temia-se uma grande vitória nacional da oposição, que, já em 74, havia feito senadores em 16 estados da Nação.
Para tentar evitar a vitória dos oposicionis-tas em nível estadual e federal, prorrogam-se por dois anos as eleições municipais, na esperança de que a força dos aliados nos municípios impediria uma grande vitória da oposição.
Há mais novidades na eleição de 1982. Pressionado pelo presidente Jimmy Carter, o gover-no brasileiro se vê obrigado a promover uma abertu-ra política. Temos o fim da censura e a anistia políti-ca no final dos anos 70. Tal reforma política trouxe novos partidos para o cenário das eleições. O MDB se transforma em PMDB, o PTB ressurge, com Ivete Vargas apoiando o PDS, sucessor da ARENA, e Leonel Brizola cria o PDT. Também surgem novas siglas, como o PT, composto por líderes sindicalistas do ABC e ex-membros do MDB.
A disputa em Bragança teve o PTB concor-rendo com a dobradinha José Brandi / Edgard La Salvia. O PT lançou Darcy Oliveira e Clóvis Sardinha e o PDT disputou as eleições com Célia Regina Lopes Vieira e José Renato Zamana.
No PMDB o nome mais cotado era de Mar-cus Valle, jovem vereador que quatro anos atrás ha-via sido candidato a deputado estadual, obtendo uma expressiva votação de quase 7 mil votos, ou seja, 24% dos votos válidos na ocasião. Valle estava em dúvida e não encontrava apoio nas lideranças peemedebistas. Mario Covas, até então, candidato a vice-governador na chapa de Montoro, veio a Bra-gança especialmente para tentar convencer Marcus Valle a se candidatar. Alguns membros do partido, até por questões de vaidade pessoal, queriam dispu-tar as eleições. Nos bastidores, a decisão não foi das melhores para o partido.
A convenção indicou três candidaturas, a de Luiz Gonzaga Mathias com o vice Celso Luis Mendes de Oliveira, a de Pedro da Silva Pinto, com o vice Eduardo Della Rocca, e novamente, Nicola Cortez, que desta feita contava com o advogado José Eduardo Supionni de Aguirre, como seu vice.
O PMDB teria ainda uma grande vantagem. Franco Montoro que era candidato a governador pelo partido, era considerado imbatível e certamente ajudaria nos votos da legenda nas eleições munici-pais, pois, os votos eram vinculados.
Pelo PDS, o nome indicado era o de José de Lima, ex-prefeito, três vezes presidente da Câma-ra Municipal e a maior liderança regional. Hafiz deveria ser o outro candidato, mas, após receber os resultados de uma pesquisa pré-eleitoral, decide concorrer à vereança e apoiar José de Lima, que, se eleito, deveria apoiá-lo na presidência da Câmara Municipal.
Os limistas diziam que não queriam a união, mas foram forçados pelo comando estadual do partido. Era um jogo de cena.

Os números da eleição de 1982

Estavam aptos a votar nesta eleição 36.243 eleitores. Foram efetivamente às urnas 34.188 elei-tores. Houve 1.025 votos nulos e 2.376 votos bran-cos. O PDS obteve 14.494 votos para prefeito, sain-do vitorioso o seu único candidato José de Lima, com o vice Ayrton Athanásio.
O PMDB obteve 14.402 votos, sendo 11.289 para Cortez e seu vice Aguirre, 1.625 para Silva Pin-to e seu vice Della Rocca e 1.488 para Gonzaga e seu vice Celso Mendes.
O PTB obteve 991 votos para Brandi e seu vice La Salvia. O PT obteve 872 votos para Darcy e o PDT, 28 para Célia Regina e Zamana.

Vereadores eleitos

Pelo PDS elegeram-se:
Arnaldo de C. Pinto, com 940 votos,
Mauro Bauna Del Roio, com 905 votos,
Hafiz Abi Chedid, com 644 votos,
José Harley de Azevedo, com 604 votos,
Álvaro Alessandri, com 562 votos,
Narcis Luis do Prado, com 559 votos,
José Leitão Xavier, com 511 votos e
Saulo Crispim Marques, com 500 votos.

Pelo PMDB foram eleitos:
Marcus Valle Jr., com 1.254 votos,
Márcio Vilaça, com 1092 votos,
Adhemar Magrini Lisa, com 973 votos,
Marcelo Lo Sardo, com 779 votos,
Diaulas Pimentel, com 771 votos,
Francisco Acedo Paranhos, com 706 votos e
Wilson Acedo, com 639 votos.

Eleições de 1988

Na primeira eleição disputada por Jesus Chedid, irmão do ex-deputado Nabi (recordista de mandatos) já não havia as sub-legendas. Para sur-presa de muitos, José de Lima apoiou Nicola Cortez, o adversário de duas décadas. Márcio Villaça, tendo como vice sua esposa Sônia, concorreu pelo PMDB.
Com a vitória de Nicola Cortez, foi a 4ª elei-ção seguida, desde 1972, com vitória ou para José de Lima ou para um candidato seu. Sua liderança política e seu poder de transferir votos eram incon-testes.
Nicola Cortez, que sempre disputou eleições pelo MDB e PMDB havia saído do partido por ques-tões pessoais. Também era contra algumas posições do Governador Montoro e sentiu-se desprestigiado pelo governo por ocasião da escolha da direção do Escritório Regional de Governo. Os escolhidos haviam sido Ismael Rielli, para a direção do es-critório em Bragança, e Antônio Sonsin, para a coor-denação.
O PSDB, recém fundado na cidade, ainda não havia decidido se disputava as eleições de 1988. O grupo era ruim de voto. Seu principal nome era o vereador Marcus Valle, que não pretendia con-correr à prefeitura.
O PMDB, mesmo enfraquecido tinha em seu novo líder, o vereador Márcio Villaça, um forte concorrente, pois, além de popular, contava com o apoio do governador Orestes Quércia.

Vejam que Márcio nessa ocasião representava o novo. Era um nome forte, que poderia mudar a estrutura do poder. Nicola Cortez, antes oposição, passa a ser o nome de José de Lima, que representava a continuidade iniciada em 1968. Junto com Nicola, saem vários nomes do PMDB e a eleição de Márcio se complica. Para os empresários era necessário manter a escrita, ou seja, alguém que comungasse das idéias do grupo. E assim foi...

O PFL lançava a candidatura do ex-prefeito de Serra Negra, Jesus Adib Abi Chedid. Jesus con-tava com o importante apoio de seu irmão Nabi Chedid, recordista de mandatos e ex-presidente de Federação Paulista de Futebol.
O PT teria uma candidatura apenas para marcar o nome da legenda.

Resultados da eleição para prefeito em 1988:

Nicola Cortez, foi eleito pelo PL, com 17.242 votos, em segundo lugar ficou Jesus Adib Chedid, com 14.054 votos. Marcio Villaça, candidato do PMDB teve 11.058 votos, uma surpreendente vota-ção, considerando-se que, uma grande parte dos candidatos do seu partido, inexplicavelmente, pas-sou a apoiar o candidato vencedor. Finalmente, na última colocação aparece o PT, com 1.739 votos de Raymundo da Rocha.

Vereadores eleitos:

O PDT elegeu Stanley Rangel dos Santos. O PFL ocupou seis cadeiras, tendo sido eleitos, Alvaro Alessandri, com 891 votos, Antonio Francisco Moyses, com 508 votos, Cláudio Acedo com 481 votos, Antonio Carlos Bacci, 439 votos, Narcis do Prado, 438 votos, Luiz Villaça, 429 votos.
O PMDB elegeu Renato Reginaldo, com 777 votos, Wilson Acedo, com 477 votos e José Benedito de Oliveira, 435 votos .
Na coligação vencedora (PTB, PL, PSB, PDS), foram eleitos Manoel José Rodrigues com 1284 votos, José Jozefran Berto Freire, com 895 votos, Saulo Crispim Marques, com 812 votos, Ar-naldo Carvalho Pinto, com 770 votos, Amauri Sodré da Silva, com 660 votos, José Diaulas de Almeida, com 654 votos, Marcus Vinicius Valle. Jr. com 627 votos, Ayrton Athanasio, 560 votos e Marcelo Lo Sardo, com 527 votos.

Eleições de 1996

Em 1996 José de Lima volta a ser candidato a prefeito de Bragança. Em 1988 elegeu Nicola Cor-tez, mas na eleição seguinte não recebeu o seu apoio. Essa eleição era mais concorrida. O PSDB lançava o advogado José Aguirre com o médico Jo-zefran Berto Freire de vice. O PMDB, em coligação com o PT, tinha a professora Dirce Guimarães como sua candidata à prefeitura. O candidato oficial, indicado pelo grupo Chedid, era Lisa Sanches que con-tava com a máquina municipal.

Eleições de 1992

Vitória de Jesus Chedid

Os Números de 1996

Em 1996, José de Lima foi eleito pelo PPB com 24.806 votos. Lisa Sanches, da coligação PDT/PSL/PSC/PFL/PSDC/Prona/PRP,obteve 19.339 votos.
José Aguirre, do PV/PSDB, mesmo com apoio do governo federal (FHC) somou apenas 4.665 votos, Dirce de Lima Guimarães (PMDB/PT), com 4300 votos, e Paulo Lucio, do PL/PTB/PSD, com 226 votos.

Foram eleitos vereadores os seguintes candida-tos:

Do PL:
Nicola Cortez, com 1.697votos e
Paulo Mário Arruda, com 729 votos.
Do PFL:
Arnaldo de Carvalho Pinto, com 549 votos,
Luiz Francisco Vilaça, com 504 votos e
Adilson Leitão Xavier, com 456 votos.
Do PDT:
Mário Rizzardi, com 1.104 votos e
Nelson Sasahara, com 901 votos.
Do PSDB: Marcus Valle, com 895 votos e
Luiz Gonzaga Mathias, com 673 votos.
Do PMDB: João Afonso Solis, com 1.265 vo-tos.
Do PT:
Paulo Miguel Zenorini, com 1;037 votos.
Do Prona:
Clóvis Amaral Garcia, com 971 votos
e Luiz Carlos Ferreira, com 697 votos.
Do PTB:
Marçal Alves, com 690 votos.
Do PRP:
Benedito Carvalho, com 769 votos.
Do PSL:
João Soares. S. Lima, com 909 votos.
Do PPB:
Fábio Livreri, com 534 votos.
Do PSD:
Sérgio Conti Jr., com 739 votos.

Eleições de 2000

Jesus lança sua candidatura com o vice Amauri Sodré, ex-integrante do grupo limista.
Vejam que os grupos se altenam...
O PT lança Paulo Miguel Zenorine
O PTB Sergio Conti Jr. com Beth Chedid vice.
O PPS lança Paulo Miguel Zenorini.
O PL em coligação com o PT, apresenta o nome de Paulo Mario para uma composição, onde os tucanos indicariam o vice, que segundo o próprio Aguirre, deveria ser Luiz Gonzaga Pires de Mathias, ex-vereador, empresário e grande articulador políti-co.

Jesus vence as eleições:
Vejam, que desde 1968, só tempos prefeitos eleitos, com o apoio de Chedid, ou Lima. É a manutenção do poder.

Vereador:

Jango {PSDB} 1634 votos
Dr. Gentil {PMDB} 1595 votos
Fabiana Alessandri {PMDB} 1177 votos
Clovis Amaral Garcia {PFL} 1173 votos
Prof. Régis {PMDB} 1123 votos
João Carlos Carvalho {PFL} 1107 votos
Juliana Saciloto {PFL} 1076 Votos
Marcus Valle {PSDB} 1028 votos
Pastor Luiz Silva {PL} 982 votos
Luiz Sperendio {PSD} 943 votos
Miguel Lopez {PRTB} 844 votos
Dito Carvalho {PMDB} 786 votos
Toninho Monteiro {PSD} 740 votos
Mario Rizzardo {PFL} 699 votos
Nicola {PPB} 657 votos
Ronaldo Teixeira {PSC} 653 votos
Dr. João {PDT} 569 votos
Gislene Cristiane Bueno {PV} 520 votos
Professor Orivaldo (PPS} 426 votos

Prefeito 2000
Jesus Chedid {PFL} 24617 votos
José de Lima {PMDB} 20454 votos
Paulo Miguel Zenorini {PPS} 8767 votos
Beth Campos {PSD} 6274 votos
Paulo Mario {PL} 3148 votos

Votos Validos: 63360 {90,10%} Eleitores Ap-tos: 79530
Votos Brancos: 2326 {3,31%} Urnas Apura-das: 146 {100, 00%}
Votos Nulos: 4639 {6,60%} Abstenções: 9205 {11,57%}

Eleições 2004

Em 2004 uma nova luta.

Em 2004 José de Lima é candidato pela co-ligação “Amor Por Bragança”, que conta com o PP, PCdoB, PMDB, PSB, PV, PTN, PSL e PTB.

Vereadores eleitos:

Fabiana Alessandri {PFL} 3337 votos
Miguel Lopez {PRTB} 2099 votos
Gustavo Sartori {PSB} 2010 votos
Clovis Amaral Garcia {PFL} 1695 votos
Dito do Ônibus {PMDB} 1461 votos
Ronaldo Teixeira {PSC} 1252 votos
Gi {PRONA} 1017 votos
Juliana Saciloto {PFL} 1686 votos
João Carlos Carvalho {PFL} 1369 votos
Dr. Valdir Médico {PSB} 1202 votos
Sidiney Guedes {PRP} 796 votos

Prefeito 2004
Jesus Chedid {PFL} 30596 votos

Jango {PSDB} 23552 votos
José de Lima {PMDB} 15109 votos
Nicola {PPS} 3848 votos
Paulo Mário {PL} 1669 votos
Rodrigo Moralez {PSTU} 761 votos

Votos Válidos: 75535 Votos de Legenda: 0
Votos Nulos: 3699, Total de votos: 807974
Votos Brancos: 1740 Abstenção: 12861

Jesus Chedid é diplomado, empossado e segue como prefeito até o dia 6 de outubro de 2005 quando, por força da ação judicial, proposta pela coligação “Amor Por Bragança”, deixa o cargo de prefeito. Assume no seu lugar, João Afonso Sólis. Afiliado político de José de Lima.

À partir desse momento, Jango passa a unir forças com o grupo limista.

Eleições

Em 2008 José de Lima se lançaria para dividir votos. Sartori estava bem nas pesquisas e era necessário tomar cuidado. Lima tentou uma composição com Sartori, mas não teve confiança, com relação à manutenção do poder. Era necessário destruir a possibilidade da mudança.

2012

Toda a historia se repete. Sartori ainda era o “novo”, precisava ser desacreditado, para que a luta ficasse entre Chedid e Lima e o esquema traçado em 1968, não corresse riscos.
Lima apoiou o delgado, com tendências muito próximas a ele. Chedid apoiou Frangini, que iniciou sua carreira com Aguirre, no PMDB, que agora apoia o delegado Fernão, que traz como ele Beth Chedid, cunhada de Jesus Chedid.

E a história se repetiu. O poder foi mantido.

Mudou alguma coisa, ou estamos em 1968?

1° fase: O poder nas mãos dos coroneis

A Cidade com grandes fazendas de café, período em que este era a maior riqueza nacional. Com seus coronéis e suas leis. Com a cumplicidade da imprensa e o apoio da igreja, apêndice do poder, que mantinha os fieis à rédeas curtas, visando principalmente, a manutenção do status da classe dominante e consequentemente o acumulo de riquezas aos fazendeiros.
Do império até década de 60, já na republica, o poder está em uma só mão. Os coronéis do café.
Esse poder mudar em poucas rápidas oportunidades.
Com a proclamação da republica, Honório Líbero, que era contra os conservadores locais, acaba sendo nomeado interventor, mais isso só até que os conservadores façam acordos, aceitem a republica e voltem a administração do município.
Posteriormente o poder sai das mãos dos coronéis, no início do governo Getúlio, mas só até que os coronéis resolvam aceita-lo e costurem uma bandeira da paz.
Num terceiro momento, Ângelo Magrini Lisa, que vinha das salas de aula, acaba se elegendo em 1959, mas é massacrado pelas forças unidas, de coronéis e comerciantes, que começam a chegar no poder. Os coronéis ainda voltam a administração em 1964, mas a partir de 1968, os “comerciantes” dominam a cena política, divididos ficticiamente em duas forças e permanecem até hoje.
 
Tudo o mais era importado, pois o esforço nacional de produção se localizava nessa atividade.
Comércio ativo por ser zona de passagem para o Sul de Minas o folclore local chegou mesmo a
cunhar a expressão.
Desde a época colonial primou por fornecer gêneros de consumo à Capital,  especialmente aves e suínos. Não é acidental a fama das boas lingüiças que a cidade leva até hoje.
A ligação com São Paulo era feita por precárias estradas de terra através de , atualmente Francisco Morato. E por tração animal charretes, , carroças e tropas de muares.
É o momento em que os ingleses entraram em cena além de possuírem capitais de vulto e sólida estrutura bancária, detinham e dominavam a da época no setor dos transportes: a ferrovia.
Pelo decreto nº 2.499, de 29 de outubro de 1859, obtiveram concessão para construir a
primeira estrada de ferro de nosso estado: a . A qual ligava o porto de Santos ao planalto mais precisamente Jundiaí, passando pela capital.
Esta ferrovia, hoje a estrada de Ferro Santos a Jundiaí, era o via principal por onde passou a se escoar o café produzido em São Paulo. A partir daí, inúmeras outras estradas de ferro surgiram, quase sempre buscando as regiões cafeeiras Paulista, Mogiana, Sorocabana, Araraquarense, Ituana, Itatibense e... a Bragantina.
Deve-se frisar que estas estradas, direta ou indiretamente, desembocavam na S.P.R.
Mais: em sua quase totalidade, foram incorporadas com capital nacional, acumulados
com os excedentes da produção cafeeira. Os ingleses, na realidade, somente se interessavam
pelo “filé”, ou seja, o tronco principal de exportação, da Santos a Jundiaí.
A Bragantina não fugiu à regra foi construída pelos fazendeiros da cidade, os quais
não tinham interesse pela estrada , mas nas facilidades proporcionadas ao escoamento da
produção das fazendas. O que evidentemente permitia aumentar a produção e gerar mais lucros.

Raul Leme

Bragança elege um matuto e vira piada na revista O Cruzeiro



Matéria de 1961, da revista O Cruzeiro, copiada na integra.

Inocêncio de Oliveira o "Nenê",servente de pedreiro, apenas alfabetizado, ouviu certa vez uma voz do alem que lhe zumbiu no ouvido: "você é um pré destinado", conseguiu uma legenda no ex-PSD, recebeu um apoio do  Zé do Boné, uma figura popular, passou a ser motivo de estudantadas e acabou sendo vereador da segunda votação de Bragança paulista. Chegou a assumir a presidência da câmara, e agora, já pensa em partir para a prefeitura ou candidatar-se deputado estadual.
     A vida política de Nenê começou numa festa de comemoração do aniversário de Bragança, quando, na praça cheia de gente, o futuro vereador resolveu declamar umas poesias sertanejas. O sucesso foi grande, todos deram risadas, e Nenê lembrou-se então de uns parentes que tinha na roça que na possibilidade de uma candidatura, poderiam ajudá-lo com uns votinhos. Partiu então para a conquista de uma legenda, bateu as portas de vários partidos, mas nenhum queria a ridicularizaçao em praça publica, por apresentar um candidato descalço paupérrimo e semi-analfabeto. Nenê já estava quase desistindo quando o ex-psd resolveu dar-lhe a legenda, por não ter em seus nenhum candidato que sensibilizasse a classe de serventes de pedreiros.
O "burro"
Nenê recebeu o numero 1110 que na numeração do jogo do bicho reapresenta o burro. Mandou imprimir uns folhetinhos e apelidou-se de "poeta do sertão".
O tipo
Nenê era um tipo autentico do caipira interiorano: alto, barrigudo, calça acima da linha da cintura, chapéu tipo "santos Dumont", com as abas caídas de tão velho, camisa de brim riscadinho, gravata curtinha e poida, botinão e fala arrastada.  Usa óculos aros redondos, bigode ruivo, bochechudo e sempre citando trechos da bíblia, quando se refere a qualquer assunto nenê é espírita, embora mostre certa confusão entre a religião que professa e o catolicismo. Diz-se motivado por um guia espiritual e jamais respondeu a qualquer ofensa, das muitas que lhe foram dirigidas. "Enquanto ocê ta mi xingano num é nada. Pio é quando vié me bate". - eis a resposta que costuma dar a seus detratores.
A campanha
Nenê não teria nenhuma possibilidade de ser eleito se não fosse se não fosse a motivação dos estudantes secundários da cidade que, que em torno de uma brincadeira acabaram realizando uma campanha tipo eleições: Nenê o candidato mais votado da cidade.
       O caipira -um homem puro que gosta de comer "algodão doce" e pipoca com a criançada da cidade, mas que de bobo não tem nada- percebeu que podia estar ali sua grande plataforma.
  Certo dia, um grupo de estudantes resolveu levá-lo a praça. "Eu vô, mas tem de sê como eu sô; rasgado sem paletó e descalço. Disse Nenê.
      O comício começou num banco de jardim e Nenê acabou sendo carregado nas costas e posto na carroçaria de um caminhão, pediu desculpas por ser quase analfabeto e disse que faria somente aquilo que sabia: declamar versos sertanejos. E assim foi, cada vez com mais gritaria dos estudantes. Entretanto, como a carroçaria do caminhão apresentava algumas festas e Nenê estava descalço, um grupo de gozadores resolveu queimar com pontas de cigarro os pés do candidato. Nenê pulava e a risada na praça cada vez mais forte, ate que parou pediu silencio e olhando para o pessoal que estava embaixo disse: "se oceis vou acaba moiando todo mundo que ta ai embaixo".
O grande dia
No ultimo dia de campanha Nenê conseguiu realizar a maior concentração publica da historia de Bragança paulista. Os estudantes lotavam a praça, faixas e rojões e "o poeta do sertão" com um guarda-chuva aberto, apesar de ser noite de estrelas. Caixas de sapato imitando câmaras de televisão, latas de massa de tomate como microfones de emissoras e Nenê começa seu discurso: " eu sei que oceis tão cum vontade de mi jogar tomate, ovo podre e ate pedra. Mas eu mesmo vou faze isso pra voceis, e despejou um copo d'água na própria cabeça. Ai começaram as promessas: "vou manda fazê uma ponte na vila aparecida ". "mas Nenê, na vila aparecida não tem rio! " não tem portancia mando faze um rio também".
    Os estudantes reclamaram da tal escada onde o pessoal costumava  jogar bilhar a noite. "vô manda pô uma escada rolante no ponto azul". Era a reivindicação estudantil que Nenê prometia resolver.
     Como a gritaria na praça era muito forte, Nenê pediu silencio e referindo-se ao seu numero disse:
"Quando um burro fala os otro baixa a orela"
Sua situação.
Quando Nenê foi eleito, ninguém lhe dava um mês de exercício, certo de que seu mandato seria cassado, mas Nenê, caboclo esperto passou agir com muita cautela em plenário. Falava pouco e não quis vincular-se com a ARENA  ou MDB.
  "Eu sou um vereador de nosso senhor Jesus Cristo".Diz Nenê quando pedem que se defina.
    A grande cartada do vereador foi dada quando de uma disputa pela mesa da câmara. Dois grupos se formaram, com nove vereadores de cada lado e Nenê permaneceu como o fiel da balança, sem se definir. Procurado por um dos grupos, Nenê propõe a barganha: "só apoio oceis se for indicado para a vice-presidência." E foi.
    Um dia, Nenê assumiu a presidência. Estava em discussão o projeto que dava nome a um novo Grupo Escolar da cidade. O nome proposto era: " Ministro Alcindo Bueno". Depois de acirradas discussões, quando um dos lados criticava a indicação para uma escolha do nome de uma pessoa que não fôra professor. Foi feita a votação e houve empate. O "voto de Minerva" coube ao presidente, o Nenê, que desempatou a favor da propositura. Instando a se justificar num intervalo da sessão, Nenê disse: "Cásper Libero num foi professo e tem nome de ginásio; Artur Siqueira num era aviado e tem nome de aeroporto. Ora pra que tanta discussão então? É mais uma autoridade que não foi professo e vai da nome pra escola.
      Nenê era assim: simples e objetivo em todas as sua decisões. Entretanto, só fica bravo com falta de consideração. Certa vez votou contra um projeto e mais tarde explicou: "ora, o vereado nem que apresentou o projeto nem me cumprimento quando entro hoje na sala de sessão e ainda qué que eu vote a favor?.
        Nenê diz ser guiado por um espírito em todas as sua intervenções na câmara, entretanto, quando diz grandes asneiras diz que um espírito burro se intrometeu em sua alma. Fica quieto alguns segundos á espera de que o "espírito burro" vá embora e um outro, mais inteligente tome seu lugar.
    O rompimento
Depois de ser eleito, Nenê resolveu afastar-se do seu cabo eleitoral, o "Zé Boné", que poderia prejudicá-lo politicamente. Um dia Nenê estava num bar e o Zé foi procurá-lo:
    "O Nenê, me paga um pão com mortadela?"
     "Num tenho dinheiro".
     "Agora é assim ne? Eu carreguei oce nas costa e agora você come file e nem um pão com mortadela qué mi paga num é? Na próxima oce mi paga."
   Contudo, apesar de ser vereador, Nenê continua ainda como servente de pedreiro e atualmente, carrega pedra para uma firma empreiteira que constrói uma avenida na periferia da cidade.
      Agora, Nenê quer sair para prefeito ou pra deputado estadual e, segundo um vereador seu colega não é dos piores da câmara de Bragança e, certamente não será o pior deputado.

Um tiro de espingarda, cujo gatilho fora acionado pela força de um dos dedos do pé colocaria fim a sua própria vida, a vida de um político que, embora tenha sido eleito pelas elites políticas locais, ousou governar para o povo, numa época em que a prioridade era seus pares, os coronéis, tendo assim, muitas vezes, que enfrentar àqueles que o conduziram ao poder,
Raul de Aguiar Leme é sem duvida o prefeito que mais fez pela cidade, pelo menos até a primeira metade do século passado.
Raul Leme dedicou atenção especial para o problema da água na cidade. Instalou cerca de 1000 hidrômetros. Ao se deparar com o problema de moléstias infecciosas, contratou peritos que chegaram a conclusão que, as doenças eram provenientes de poluição nos mananciais,
determinando então o procedimento de filtrações e cloração das águas, além de novos reservatórios, como o da Bocaina. Isso era inédito numa época em que governar era apenas tratar dos negócios, dos fazendeiros, e das próprias produções.
A zona urbana era vista apenas um “depósito” de mão de obra e ponto estratégico para contratação de serviços, compra de produtos e algumas diversões.
Raul Leme criou inúmeras escolas nos bairros e nas fazendas.
Comprou e adaptou para uso escolar, o prédio do antigo Colégio Carlos Gomes. Dedicou seus esforços a criação de uma escola normal. Coisas que não interessava aos fazendeiros, que mandavam seus filhos estudarem em São Paulo.
Reformou o Mercado Municipal, dando ao prédio mais condições de higiene, assim como fez também com o Matadouro Municipal, o Hospital de Isolamento, a Cocheira Municipal e outros prédios públicos.
Vendeu lotes da prefeitura nos arredores da cidade a preços ínfimos, fato que se configura como o primeiro plano habitacional da cidade. Em pouco mais de 2 anos, 1000 prédios foram construídos. Era cerca de 30% do que existia, até então. Conforme surgiam, as vilas eram dotadas de água, luz, esgoto, guias e sarjetas. Novas ruas foram abertas, entre elas a Rua Pires Pimentel. O largo do Matadouro foi aterrado, transformando-se numa praça.
Construiu a ponte do Jaguari, na divisa com Minas gerais. E mais de dez pontes em diversos bairros e zona rural.
Raul:“”Nossa atuação cingiu-se a administrar, com zelo, dedicação e honestidade, os impostos arrecadados, fruto do suor de toda a população,  nossos caros munícipes, são os
únicos e exclusivos fatores da grandeza de Bragança””.
O antigo bosque das pedras foi reformado, transformando-se no Jardim Público.
“Os meus trabalhos foram sobejamente pagos pelos meus conterrâneos. Obtive deles a única recompensa que é lícito a um  homem público esperar: a amizade e a gratidão de seus pares”.
Raul Leme, assim, passou a ter a oposição dos coronéis, a grande maioria, seus parentes. Usuário de cocaína, único remédio existem na época, contra fortes dores, que sentia no estomago, chegou a ser internado compulsoriamente, mas voltou e reassumiu o poder. Teve seu filho morto na frente de sua casa, por um capitão do Tiro de Guerra, cujo motivo fútil, apenas foi especulado, pois na mesma noite o capitão é morto. Posteriormente seu motorista é preso e ele próprio mais tarde, sob acusações incabíveis. Seu último ato, foi o suicídio. 

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